sexta-feira, 23 de março de 2012

Miscelânea: Allegro con fuoco!



Vocês sabiam que nós temos algo entre 60 mil e 80 mil pensamentos por dia????

As mulheres algo bem próximo de 80 mil e os homens em média 60 mil, claro! rs

Ultimamente, tenho andado à mil por ora nos pensamentos e estou tentado dar uma parada. Por isso o blog está desacelerado, ok? Estou pensando, inclusive, em fazer outro blog de minhas memórias de leitora uma vez que estou gostando bastante de escrever mais sobre o que leio e o que quero ler. E aí veio o desejo de ter um cantinho separado só para isso.... Vamos ver!


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Que eu sou uma pessoa eclética, estranha e sempre aberta ou com perspectivas de abertura para o novo é fato! E meus gostos literários seguem o meu ser. Gosto de muitos gêneros: horror, mistério, fantasia, ficção científica, romances políticos, históricos, policiais e romances romances mesmo, rs.

Daí que depois do realismo de Rubem Fonseca eu li "Eu fui a melhor amiga de Jane Austen" com aquele sorriso no rosto de quando lemos algo ao mesmo tempo leve, prazeroso, mas que nos faz pensar na vida e suas dificuldades também.

O livro é uma graça; a autora certamente faz uma homenagem à literatura de Jane Austen, mais do que à vida da escritora. É um texto ótimo para passar uma tarde. E a edição do livro é super caprichada, tem uns desenhos lindos que dão vida à história narrada em forma de diário. Realmente um livro leve, delicado e belo! 


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DICA: Penguin - Companhia com 30% na TRAVESSA virtual até 14/04!!!!

E, já que estamos falando de livros, e a Travessa virtual é minha livraria online preferida, não deixem de ver a promoção da Penguin por lá!

Está muito boa; eu amo os livros dessa coleção! Já tenho Orgulho e Preconceito e O Grande Gatsby; tem os dois por lá nessa promo para quem quiser. Os livros ao lado são os que estou desejando. "O Estado como obra de Arte" está por R$7,00, gente! E a Travessa tem frete grátis na região sudeste.... muita tentação! '; )

Recomendo a Travessa de olhos fechados; não tenho nenhuma parceria com eles, infelizmente, kkk. Falo como consumidora: já comprei muito por lá e os livros vem super bem embalados e muito bem cuidados: nada de pequenos rasgos, "machucados" ou sujeira nos livros! (coisa que não podemos garantir em todas as livrarias virtuais, não é mesmo?)

O único ponto um pouco negativo a ressaltar é que o atendimento não é muito rápido. Uma semana para completar pagamento e entrega; algumas vezes menos. Então se você quer algo urgente, leve isso em consideração: a Travessa pode não ser o melhor lugar para comprar nesses casos.


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Fast Track da Coleção Hunger Games da China Glaze

Um esmalte nude com muito, muito brilho dourado para celebrar a chegada do outono...

É meu primeiro esmalte da China Glaze e tenho que dizer que fiquei muito satisfeita com a qualidade: secou em segundos, gente! (a exagerada, haha). Passei três camadas e, ainda assim, secou mesmo muito rápido.
Outra coisa: está intacto desde segunda. Muito bom!

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O Céu do Outono!

Ao fundo a Universidade onde eu trabalho!



Vocês também acham que no outono as cores e todas as suas nuances ficam mais belas?

Andei apaixonada pelo céu estes dias; especialmente à tardinha, no horário entre 17:00 e 18:00. Observem!  É uma profusão de cores com cada tom de azul, branco e cinza lindos!! 

Amo o outono e toda a sua magia e energia de mudança e renovação!


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Depois que a Rê me lembrou no post do Cello das obras de Dvorak, fiquei vários dias trabalhando ao som do compositor.

Abaixo uma das suas sinfonias que eu mais gostei e que deu o tom da minha semana: A Sinfonia no. 9 tocada no movimento Allegro con fuoco*!

Belíssima!



* Allegro: quer dizer que o movimento, ou a velocidade com a qual a sinfonia é interpretada, é rápido, vivaz; e con fuoco é algo como com FOGO, segundo a wikipédia! (Minha descrição de movimento musical é "riquíssima", eu sei, rs)

Pois é assim mesmo que tenho me sentido e quero me sentir cada vez mais: muita coisa acontecendo rápido, mas com vivacidade, brilho e muita, muita paixão! O que eu tenho procurado cada vez mais é ter paixão e foco no que estou fazendo naquele momento, sem que as coisas externas me perturbem. Renovar a paixão e alegria pelas conquistas pequenas e grandes do dia a dia, por superações em tantos domínios da vida - que muitas vezes não nos damos conta! - e por tudo que ainda há por fazer e por viver!

Enfim, dar mais atenção a tanta coisa boa que experimentamos a cada novo dia e, de vez em quando, podemos dar um pouco mais de brilho e luz apenas mantendo viva a alegria dentro de nós hoje.

Ótimo final de semana, gente! Com sorrisos no rosto e fogo vivo dentro dos corações de cada um!

; )

Beijos!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Resultado do Sorteio "Mrs Dalloway"!


Gente querida,

foram 46 participantes e o número de inscrição sorteado foi o 28:

; )




Ehhhh! Parabéns para a sorteada!

Priscila, te mandei um email e aguardo seu contato com o endereço para mandar o seu presente. ; )

Adorei fazer o sorteio, gente! 
E para quem não ganhou dessa vez: não fiquem tristes. Aviso que já comprei outro livro para sortear (do Rubem Fonseca!!!!)! Será minha contribuição para a leitura no mundo, rs.


Beijos a todos e ótima semana!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Eu, Rubem Fonseca e A Grande Arte...


Um dia eu encontraria o Rubem Fonseca; era só uma questão de tempo. Bem lá no íntimo eu sabia disso, da inevitabilidade desse momento... Mas é claro que o fato dele estar ao meu alcance na livraria mais próxima não contava; certos encontros não podem se dar por vias regulares, exigem o extraordinário.

Enquanto James Joyce e eu não nos comunicávamos - ele falando de uma Dublin cinza e solitária, eu em meio a uma tarde de carnaval super ensolarada e sonolenta - eis que me aventurei pela biblioteca da casa do meu pai e dou de cara com o Rubem e a capa enigmática de "A Grande Arte". Confesso que ver Rubem Fonseca em rosa pink me assustou; parecia algo extremamente anacrônico, sem lugar. Entendam, eu não esperava o Rubem de rosa; antes mesmo de conhece-lo eu sabia que ele era preto, branco, cinza, verde musgo, vermelho sangue, excreções e submundos.

Ao folhear as primeiras páginas e ver que se tratava de uma das histórias do Mandrake, meu coração pulou! Isso porque, como amante de romances policiais, eu também meio que já me sentia íntima e desejosa do grande Mandrake.

O que posso dizer? Sabem aqueles primeiros encontros onde desde o início cada olhar, cada sorriso, cada palavra te incentivam mais e mais a querer reencontrar a pessoa? ; )

Por tudo isso eu não consegui mais largar A grande arte e passei ele na frente da fila de muitos e muitos livros (e inclusive, confesso, abandonei a leitura de Joyce pela metade...). Não fosse a falta de tempo absurda, eu teria lido em poucos dias certamente; mas deixei que ele me acompanhasse noites e noites, capítulo por capítulo...

Rubem Fonseca se apresenta de cara, não há subterfúgios. Nas primeiras páginas, já é possível saber se você irá amá-lo ou odiá-lo. A sua escrita é seca, objetiva, realista, irônica e rápida; por alguns momentos dá para esquecer que é um livro e visualizar as palavras como se fossem imagens de um filme. Acho que isso ocorre especialmente pela profusão de diálogos e pela narrativa direta.

Uma das coisas que achei mais interessante é que o enredo em si (o mistério) foi o elemento menos apelativo para mim; o que convenhamos não é o costume em romances policiais. Não que não tenha sido interessante; é engenhoso e pleno de personagens (o que eu gosto muito), idas e vindas no tempo e no espaço. Mas o que deu todo o charme e prendeu minha atenção foi o estilo da narrativa/escrita de Rubem e, também, o fato de que eu simplesmente me apaixonei pelo Mandrake com força!

Como não amar um detetive que tem uma gata chamada Elizabeth Feijão? ; )

“Elizabeth feijão era uma gata siamesa vesga, de olhos azuis. Nascera na casa de uma japonesa chamada Mitsuko, que a habituara a comer sardinha crua. Quando foi para minha casa aprendeu a comer ovos, carne, legumes, verduras, feijão com arroz, mouros e cristianos, à maneira cubana. À medida que envelhecia, Elizabeth, além de tornar-se rabugenta, passara a exigir, como vitualhas, apenas sardinhas frescas, recusando-se a comê-las se antes tivessem sido congeladas e protestando com insistência e veemência se fossem colocadas no seu prato. Por ter a consciência pesada (pois levara Elizabeth, ainda púbere, para ser castrada) eu, ou a empregada, diariamente percorríamos as feiras livres e peixarias da cidade à cata de sardinhas frescas. Também agora, mal o dia raiava, Elizabeth exigia ruidosamente que a areia do seu banheiro, um tabuleiro de alumínio que ficava na parte de serviço do apartamento, fosse removida e substituída por areia limpa. Quando jovem Elizabeth raramente se manifestava, o único ruído que produzia regularmente era o das unhas sendo afiadas no carpete ou nos estofados das poltronas. Era preciso que lhe pisassem o rabo, ou coisa pior, para que emitisse uma pequena miadela. Mas agora dava lancinantes gemidos sem motivo aparente, só cessando quando eu a pegava no colo e lhe dava beijos e falava com ela.Passara a detestar a solidão, um dos grandes prazeres dos gatos jovens e saudáveis.  Quando eu chegava em casa, do escritório, ela me seguia pela casa, da maneira indigna dos cães, implorando carinho.” pág. 39.

Há algum tempo não lia pura poesia do cotidiano assim! rs

Para além do "caso"/mistério em questão, Rubem Fonseca é extremamente dedicado ao nos mostrar esse personagem com toda sua complexidade, os meandros da sua vida amorosa, suas percepções sobre o mundo e as pessoas a todo momento. Ironias deliciosas em meio a momentos difíceis...

A capacidade de Mandrake de intuir as pessoas e seus dramas e traduzi-los em algumas palavras é um dos elementos centrais mais engraçados da narrativa. Em vários momentos da leitura eu me pegava rindo alto, kkk.

“Passeava pela varanda do hotel, de cara fechada, para que nenhum estranho se aproximasse, e a única pessoa com quem gostava de conversar era seu Lopes, um português de oitenta e cinco anos, que conheci por acaso na rua. Lopes andava com vigor e falava com clareza, apesar da falta de dentes em sua boca. Fazíamos longas caminhadas pelos arredores da cidade. Lopes não acreditava que fosse o exercício a causa de sua longevidade e sim o fato de nunca ter sentido inveja de ninguém. Morava numa pensão onde tinha tudo que precisava, menos mulher para a cama – e dizia isso com ar matreiro de quem não estava dizendo a verdade e queria que eu supusesse a mentira” pág. 92

“O pregador não tinha dois dentes da frente e isso, para mim, lhe dava alguma credibilidade. As pessoas sem dentes me comoviam. Além do mais era pálido e parecia hospedar em seu corpo todos os vermes conhecidos e desconhecidos da parasitologia tropical” pág. 107.

“Era uma mulher de uns trinta anos, de cabelos oxigenados. Tinha a pele das pessoas que apanham muito sol aos domingos e nenhum nos outros dias” pág. 248.


Para terminar um último trecho inspirador no campo memórias de Mandrake, rs.


“Para dormir eu tinha que deitar na cama e deixar o sono vir. Qualquer coisa me tirava o sono – ler, ver televisão, filme em videocassete, ouvir música. Quando era criança colocaram um relógio muito grande na minha mesinha-de-cabeceira e seu tique-taque não se ouvia de dia. Mas à noite, quando estava deitado, e minha mãe apagava a luz pela terceira vez ordenando que dormisse, eu ficava prestando atenção àquele ruído constante, imaginando as coisas que iria fazer, e ser, na vida: Beau  Sabreur, Pimpinela Escarlate, Pardaillan (...), imaginações retiradas de livros. Disse o médico consultado: Ésse menino só precisa dormir: dormir para sonhar’. O médico não sabia que eu sonhava acordado e passei a fingir que dormia, enquanto continuava sonhando. Durante dois meses inteiros não dormi uma noite sequer”. págs. 241-242.


A Grande Arte foi meu reencontro em grande estilo com Rubem Fonseca e, na verdade, o livro que me fez amar sua escrita e seu principal personagem ficcional. Gostei muito mesmo e indico com força! Acho que irá encantar não só quem gosta de literatura policial, pois a complexidade com que ele constrói os personagens e se dedica aos dramas existenciais de cada um, a narrativa e os cenários que ele cria e a sua linguagem mesmo são apaixonantes!

Abraço.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Sorteio Mrs. Dalloway!



Quem quer ler Mrs Dalloway? 

De acordo com a minha programação de leituras para 2012 (*), março é o mês que lerei a famosa obra de Virginia Woolf. Resolvi então fazer este sorteio para inspirar alguém a ler comigo; porque tudo fica mais gostoso com uma boa companhia, ainda que virtual! ; )

Pode participar qualquer pessoa com domicílio de entrega no território brasileiro! É só preencher as informações abaixo. Serão aceitas inscrições até o dia 18 de março.

O livro que estou sorteando - foto acima - está novo (oferecimento destes olhos verdes); é da Editora Nova Fronteira e tem tradução de Mario Quintana. 

Sem medo de Virginia Woolf, minha gente; participem!

Boa sorte!


(*) A quem interessar: este desafio literário que me propus (aqui) está indo meio aos trancos e barrancos depois que eu me decepcionei com Thomas Mann. Além disso, fevereiro foi um mês difícil para mim, não consegui ler muito; estava sem concentração e não aproveitei muito as leituras mais densas... Acabei lendo outras obras muito lentamente e me dediquei ao trabalho. Mas estou empolgada com as leituras de março: O Grande Gatsby e Mrs Dalloway!


quarta-feira, 7 de março de 2012

Paixão por Cello!


Ando completamente obcecada com violoncelo! Se eu pudesse me matriculava AGORA em um curso... (O problema é que eu definitivamente não dou certo com instrumentos de cordas; quase levei meu antigo professor de violão à loucura! haha! Mas é um sonho que certamente um dia irei ao menos tentar: tocar violoncelo...;)

Amo demais todos os instrumentos nos quais o som é produzido através de cordas (cordofones): violoncelo, violino, violão, guitarra e piano (onde o som é produzido pela vibração de uma corda percurtida). 
Mas o violoncelo é aquele que balança mais forte meu coração! Sabem aquele suspiro e o sorriso bobo que damos quando gostamos demais de uma coisa: pois eu suspiro mais forte só de ver, ouvir e, de vez em quando, sentir um cello...  

Além da versatilidade, imponência e sutileza do som e do visual do violoncelo, eu acho extremamente sexy! rs

Divido com vocês hoje rapidamente algumas exibições disponíveis das minhas composições preferidas para violoncelo (e outras adaptadas):

Bach (Esse gênio!) e a sua composição mais linda para cello! Interpretada aqui pelo super fera Mischa Maisky. 


(me digam se não nos faz sentir em um livro de Jane Austen? ; )

E aqui só o prelúdio com vários violoncelos em um lugar inusitado: de ARREPIAR!
(é uma cena de um filme - ainda não vi, mas está na lista! ; )



Abaixo uma homenagem a Bethoven feita por um pessoal muito legal que produz vídeos para inspirar jovens com a música clássica. Aqui podemos observar a força e a sutileza do cello quando acompanha outros instrumentos:



Agora duas apresentações dos meninos do 2CELLOS. Eles tocam música clássica, mas também fazem várias versões de músicas de rock e outras. Gosto bastante da sensibilidade deles; mas confesso que, nos solos, prefiro o Luka Sulik (esse lindo! ; )

Viva la Vida!



With or Without You (ficou linda, linda, linda no cello!)



Plus: abaixo uma das apresentações mais badaladas deles - a versão de Smooth Criminal; não é minha preferida, mas é ótima também!



Termino com dois solos do Luka desejando que inspire vocês tanto quanto me inspira ouvir tantas melodias maravilhosas com o violoncelo... ; )

Amo Luka tocando Tchaicovsky...



Não deixem de ouvir esta última! Para sair dançando! ; )




Abraços!